13 de set. de 2010

“O RN não pode ficar de costas para o país”, afirma Fátima Bezerra

Deputada federal destaca que estado é o único onde o DEM tem candidatura competitiva ao Governo, mas acredita em segundo turno para eleições.
Para a deputada federal Fátima Bezerra (PT), o Rio Grande do Norte não pode andar na contramão do Brasil quando é flagrado em todo o país o avanço da chamada “onda vermelha” para o pleito deste ano. Em entrevista ao Jornal 96 (96FM), na manhã desta segunda-feira (13), Fátima explicou que o estado é o único onde o DEM tem candidatura competitiva para o Governo, mas declarou acreditar em um segundo turno com candidatos da base aliada.
Para tanto, a deputada estima que a estratégia nada mais seja do que convencer o eleitorado de que eles representam a melhor opção. “Na própria pesquisa espontânea do Ibope foi constatado que 41% dos eleitores ainda estão indecisos”, constatou. Fátima supõe que, se eles seguirem o pensamento do resto do país, os aliados terão tudo para vencer.
Aqui no RN, são da base lulista os candidatos Carlos Eduardo Alves (PDT) e Iberê Ferreira de Souza (PSB). “É preciso intensificar esse debate, deixar claro quem são nossos aliados e inimigos políticos. Todos sabem que os opositores das ideias do presidente são os senadores Rosalba Ciarlini e José Agripino”, apontou.
De acordo com ela, os democratas estão sendo varridos do mapa político do país, com exceção do RN. Fátima citou o exemplo do Rio de Janeiro, onde Lindemberg Farias (PT) conseguiu abrir seis pontos em relação ao seu oponente ao Senado, Cesar Maia (DEM). Em Pernambuco, a história se repete. Lá, o ex-ministro Humberto Costa (PT) mantém a liderança na disputa para senador; enquanto o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB) e o senador Marco Maciel (DEM) disputam a segunda vaga.
Ainda assim, o democrata vivenciou um decréscimo evidente nas intenções de voto. No início da campanha, ele tinha 40% e 11 pontos de vantagem sobre o oponente, mas viu sua popularidade cair para 32%. Monteiro Neto, por sua vez, detém 30% das intenções de voto, o que representa empate técnico dos candidatos.
Para Fátima, o RN andar de costas para esta tendência nacional é algo que merece reflexão. “O que explica esse descolamento que está acontecendo aqui?”, questiona. A deputada federal fala ainda da disputa para o Senado, para a qual o atual senador Garibaldi Alves (PMDB) já parece ter garantido a reeleição.
A segunda, indica Fátima, será “dramaticamente disputada” entre o também senador José Agripino (DEM) e a ex-governadora Wilma de Faria (PSB). Apesar da competição acirrada, ela declara que Wilma sairá vitoriosa. “Ela sempre demonstrou grande capacidade administrativa, e o povo vai saber reconhecer isso. Acho que essa onda vermelha vai chegar para o Senado e para o Governo também”.
Para ela, basta um pouco de memória política para evitar os mandatos dos democratas. “Percebo um desgaste grande da Prefeitura de Natal aqui. Por onde ando, as pessoas reprovam sua administração. O que muitos não lembram é que, no ano do pleito, Micarla estava andando nas ruas, pedindo votos junto dos mesmos José Agripino e Rosalba”, argumenta.
Fátima fala ainda que o senador, durante seu mandato, contribuiu apenas com duras críticas ao governo Lula. “Acho engraçado que, quando Fernando Henrique foi presidente, nunca vi José Agripino levantar a voz contra o arrocho salarial, o processo de privatização, as políticas sociais fragmentadas ou o sucateamento da educação. FHC não somente não criou nenhuma escola técnica ou universidade, como fechou algumas já existentes, a exemplo do campus que existia em Santa Cruz”.

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