15 de jul. de 2010

Carlos Eduardo propõe combater desperdício e aumentar investimentos

Candidato quer construir terminal de Porto do Mangue, pretende pavimentar estradas vicinais, priorizar educação e acabar com "loteamento político".
ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) propôs aumentar a capacidade de investimento caso seja eleito governador do Rio Grande do Norte nas eleições deste ano. Na noite desta quarta-feira (14), ao apresentar os problemas e soluções de infraestrutura, o pedetista lançou a meta de investir 10% da receita anual do Estado, que atualmente é de cerca de R$ 7,5 bilhões. Ou seja, durante o mandato de quatro anos, Carlos Eduardo investiria, pelo menos, R$ 3 bilhões em infraestrutura. “Isso não é difícil fazer. Podemos reduzir em até 40% os cargos comissionados, que desmoralizam os concursados. Hoje o Estado tem 1.800 cargos em comissão. Vamos combater o desperdício, reduzir os contratos e fazer um governo descente”, discursou o candidato, durante debate no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado (Crea). Como quem tem a receita em mãos, Carlos Eduardo mostrou que pode cumprir com o que diz. Como exemplo, ele ressaltou suas ações à frente da Prefeitura de Natal. Segundo o ex-gestor, ao chegar ao Palácio Felipe Camarão o investimento feito na capital era de R$ 30 milhões/ ano, já quando ele deixou o comando do Executivo esse número estava em R$ 138 milhões, o que equivale a 13%. “O que queremos fazer com no RN? O que fizemos em Natal”, destacou. “Hoje o Estado é desprovido de infraestrutura. Não temos porto, aeroporto ou ferrovia. Como podemos crescer sem infraestrutura?”, indagou, provocando a reflexão do público que o ouvia. Em seguida, o pedetista comparou nosso Estado aos demais da Região Nordeste. “O Ceará tem o [Porto do] Pecém e fez seu aeroporto. Pernambuco tem o Porto de Suape e também tem aeroporto. Eles fizeram o dever de casa. O RN precisa cuidar de sua infraestrutura, caso contrário, não terá futuro. Não podemos mais negligenciar”, alertou. Em seguida, Carlos Eduardo enumerou algumas das riquezas naturais que os potiguares têm a disposição. “Temos fruticultura, carcinicultura, petróleo, gás natural, barrilha, calcário, sal, mel, pedras ornamentais, cerâmicas, pescado, indústria turística, energias eólica e solar”, listou, acrescentando que essas são também “enormes potencialidades econômicas” que precisam ser escoadas. Nesse sentido, o candidato quer construir o terminal graneleiro no município de Porto do Mangue, localizado na microrregião do Vale do Açu. “O projeto de Porto do Mangue está na gaveta, falta o Governo do Estado fazer”, cobrou. Carlos Eduardo disse que a empresa responsável pela extração do minério de ferro da Mina do Bonito, em Jucurutu, por exemplo, enfrenta problemas para escoar sua produção. “Soubemos que eles [a empresa responsável era a Mhag Mineração e Serviços AS, agora a Still do Brasil também teria participação] queriam construir o terminal de Porto do Mangue. Não podemos viver de favor da iniciativa privada, o governo tem que fazer esse terminal”, exigiu, emendando que há a pretensão, por parte dos exploradores, de aumentar a extração do ferro de 1.200 para até 16.000 toneladas de ferro/ ano e que o poder público precisa disponibilizar a infraestrutura. Ainda na temática do escoamento da produção, Carlos Eduardo pretende construir estradas vicinais. “Parece-me que todas as cidades estão interligadas por pavimentação, mas o próximo gestor tem que fazer a pavimentação nas estradas vicinais, interligando os distritos e dando logística aos pequenos”, destacou, defendendo ainda a construção de ferrovias. Ele falou ainda da necessidade de investimentos em habitação, turismo e saneamento básico. Todo esse investimento a ser feito, para Carlos Eduardo, deve estar associado à educação. “Não vamos ter infraestrutura sem educação. O governante que se instale aqui tem que resgatar a educação”, defendeu. O pedetista pretende investir na qualificação do professor e na melhoria salarial dos servidores da educação. O Plano de Governo da coligação “Coragem pra Mudar” (PDT, PCdoB, PRP) vai trabalhar com o binômio educação e infraestrutura. “Governo que tem muitas prioridades na verdade não tem nenhuma. Esse binômio é essencial”, frisou. Carlos Eduardo ressaltou que esta educação deve ser voltada para o mercado de trabalho, algo nos moldes das escolas técnicas (IFRN). “A falta de qualificação é um entrave [para o desenvolvimento econômico] tão grande quanto a falta de uma estrada”, comparou. Carlos Eduardo prega fim do “loteamento político” da Caern e outros órgãos. Ao falar sobre saneamento básico, o ex-prefeito de Natal se recordou do contrato de concessão assinado entre Prefeitura e Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Caern), pelo o qual a capital deve estar totalmente saneada até 2014. Apesar da meta, o pedetista observou que a Caern vem descumprindo, ano a ano, os prazos. “O que precisamos é tirar a Caern dessa ingerência política. O órgão precisar ser eminentemente técnico, trabalhar com planejamento e metas, pois trata-se de um órgão vital e crucial. [Mas o que sabemos é que] a Caern é dividida em três indicações políticas. A companhia possui bons concursados que não ocupam uma direção porque não têm um ‘pistolão político’. Precisamos afastar essa ingerência, esse loteamento político da Caern”, denunciou. O fim do “loteamento político”, nas palavras do candidato, serve ainda para o Departamento de Estradas de Rodagens (DER) e, enfim, para todo o Governo do Estado. Caso eleito, Carlos Eduardo garante fazer uma gestão mais técnica do que política. “Não vai ter senador ou deputado mandando em secretária. Essa moeda de barganha política em órgãos vitais vai acabar em nossa gestão”, assegurou. Novamente recorrendo à experiência que adquiriu enquanto gestor, Carlos Eduardo chegou a dizer que, quando prefeito, “não fiz política, fiz administração”. “[Por conta dessa postura,] hoje estou quase isolado, mas não me arrependo. Este Estado está precisando de mais gestão e de menos política”, concluiu.
Fonte: Nominuto.com

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